sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

História

A CNN convidou que se escrevesse sobre o “momento” em que Obama tomou posse. Mesmo sem reponder a esse convite, decidi fazer o registo dos instantes que de uma ou de outra forma mexeram com os meus sentimentos.

Começarei por dizer que esse “momento” é eterno na história da Humanidade. Só na América onde uma pessoa de côr que a 60 anos não podia sequer entrar num restaurante pela porta da frente, é que esta página na história deste mundo mulato poderia ser escrita.

Que produção espetacular foi este 20 de Janeiro em Washington, que graças ao advento da tecnologia de informação, pôde ser testemunhado por todos que puderam ou quiseram em todos os cantos do mundo!!

Casais de destaque na política Note-americana desfilaram rumo à plaforma de tomada de posse, e foi triste ver Dick Chenney terminar a vice-presidência numa cadeira de rodas devido a um incidente durante as mudanças das instalações que ocupou nos últimos 8 anos, e George Bush Sr lutando para conseguir acompanhar a marcha da sua esposa que dava a impressão de o forçar impiedosamente a andar no seu ritmo uma vez que não esboçou um único gesto de amor ou camaradagem para com aquele homem em claras dificuladades no tempo em que as câmeras os tiveram em primeiro plano. Isto em oposição aos casais Carter, Clinton e seguramente os Bidden que deslizaram com alegria para os seus lugares aos olhos do mundo.

A seguir entraram Malia e Sacha, as “primeiras-filhas”, se é que se pode dar esse nome às meninas do casal número um dos Estados Unidos da América. As babás que as acompanhavam, trouxeram-me à mente Yin and Yang.

Depois chegou Michelle Obama trajada de amarelo e parecendo um raio de sol naquela manha fria, olhando sempre nos olhos de quem ela cumprimentou.

Havia Anjos e mensageiros energizando o Capitólio com a mesma firmeza do oblelisco do lugar apontado para o céu. Malia era um dos Anjos, e durante uns momentos vimo-la conectar-se com o além. Aquele avozinho que apertou a mão a George Bush quando este chegou à entrada da plataforma foi concerteza um mensageiro.

Depois chegou Barak Obama.

Ja repararam nas suas feições? Quantas raças num só rosto...

Os Senadores que o precederam pareciam arcanjos sábios.

Ao ser anunciado chamaram-lhe “Presidente eleito Barak H. Obama”... não Hussein.

No seu discurso introdutório, a Mestre de Cerimónia falou da doce vitória da hora, como sendo o ponto necessário para a mudança.

Seguiu-se a invocação religiosa que destacou a unicidade de Deus, a sabedoria de uma liderança humilde baseada na compaixão e generosidade, e centrou-se ainda no compromisso com Deus e no perdão quando se falta à palavra e se engana a Humanidade.

A lendária Aretha Franklin cantou chorando “My Country ‘Tis of Thee”, enquanto secreta e sorrateiramente Malia captava as suas próprias imagens a partir do plano privilegiado em que se encontrava.

Mas foi ao som de “Air and Simple Gifts”, uma composição de John Williams especialmente escrita para aquele momento, que Obama se encontrou nos primeiros acordes e esboçou o seu primeiro sorriso desde o início da cerimónia. É difícil dizer se aquele sorriso coincidiu com o momento em que oficialmente se tornou o 44° Presidente dos Estados Unidos, pois segundo a Constituição o termo presidencial começou ao meio dia, mesmo sem juramento. Barak Obama não teve que jurar, ele simplesmente se tornou Presidente, naquele que foi um momento individual de solitude. É interessante que aquela multidão de 2 mihões de pessoas vindas de diferentes pontos dos EUA não tenha se apercebido desse detalhe, apenas alguns iluminados, como o senhor de gorro vemelho e branco, pareceram partilhar a energia desse momento de consagração com Obama.

Depois foi o juramento, mas Obama titubeou... ou terá sido o Presidente do Supremo Tribunal (Chief Justice) que se enganou?!?!?

Seguiu-se o habitual aperto de mãos, e aquele breve instante em que Michelle e Barak se olharam como todos os homens e mulheres querem se olhar, e deram um breve beijo, enquanto as salvas militares ressonaram para o mundo ante a apresentação do novo Presidente dos Estados Unidos da América.

O clamor daquelas pessoas que ali se encontravam, naquele dia ensolarado e gelado, foi interrompido pela voz firme do agora Presidente que durante pouco mais de um quarto de hora falou sobre os desafios da esperança rumo à felicidade, esse presente precioso que todos os seres merecem. Uma das mensagen para o mundo desde as grandes capitais às pequenas aldeias foi que somos todos guardiãos da PAZ deste mundo que mudou e requer que as pessoas mudem também. Para tal cabe a cada um de nós levantar-se, sacundir a poeira e colocar as fundações para o crescimento.

O poema de LUZ e AMOR precedeu à benção que marcou o fim da cerimónia e terminou com as seguintes palavras: amen, amen e amen!